O Xamanismo e a Umbanda
O Xamanismo e a Umbanda
Quem é o Xamã?
A palavra Xamã tem origem na língua Tungo falada na Sibéria.
O Xamanismo, ou Sagrado Selvagem, é uma forma antiga de expressão religiosa.
O Xamã é um místico que entra em contato com o Sagrado pelo transe.
O transe Xamanico possibilita, ao Xamã, o desdobramento de seu corpo espiritual, ou seja, ele abandona o corpo físico para buscar orientações no plano astral.
Ao retornar do desdobramento, o Xamã traz consigo o conhecimento que pode ser, por exemplo, a orientação de como curar, ou proceder, diante de uma doença ou problemas em sua comunidade.
Tal procedimento é comum entre Xamãs do mundo inteiro, inclusive entre nossos conhecidos Pajés brasileiros.
Podemos observar prática semelhante nos trabalhos de Apometria realizados em terreiros de Umbanda ou em grupos não vinculados a qualquer religião.
Outra prática comum entre Xamãs é a incorporação e o mergulho em seu inconsciente que permite o contato consigo mesmo.
No Xamanismo acredita-se que todos temos, dentro de nós, um animal de poder, seria como fosse o símbolo de nossos mais profundos instintos. A prática Xamanica nos conduz à descoberta desse animal.
Há ainda, outra forma de entender o animal de poder, seria ele nosso guardião, um animal que nos acompanha do plano astral e zela por nós.
O Xamã pode ainda, desdobrar-se e plasmar, no plano astral, seu animal de poder.
Há quem diga, ou pense, que Xamanismo nada tem a ver com Umbanda, mas, e quanto aos nomes: Caboclo Cobra Coral, Águia Branca, Pantera Negra, Exu Morcego, Exu Cobra Negra, além de outros?
Quando o Caboclo traz o nome de um animal significa que ele conhece os mistérios daquele animal e tem a força que dele emana.
Alguns exemplos da relação Orixá/Animal de poder são:
Águia – Oxalá
Cobras e Serpentes – Oxumaré
Panteras e felinos em geral – Oxossi
Cavalos – Ogum
Cão – Omulú
Na Umbanda, a presença dos animais de poder junto às entidades espirituais é muito sutil, por essa razão muitas vezes passa despercebida.
Médiuns videntes confirmam tal presença e relatam já terem visto, por exemplo, Exus caminhando junto a cães negros, lobos, panteras, Caboclos que trazem junto de si cobras/serpentes. São animais de poder das entidades que, ou vem para trabalhar ou para guardar a entidade ou até mesmo a casa.
Muitos Caboclos de Umbanda foram Xamãs. Eles costumam se apresentar como “Caboclos Velhos” ou Pajés.
Isso não quer dizer que o médium Umbandista, no momento da incorporação, esteja praticando Xamanismo e sim trazendo, para dentro do ritual de Umbanda, a sabedoria/conhecimento de um espírito que, quando encarnado, foi um Xamã ou Pajé.
Entre a Umbanda e o Xamanismo a semelhança principal é a mediunidade.
O Xamã utiliza ervas de poder que facilitam o transe mediúnico e esta é a principal diferença entre o médium Xamã e o Umbandista, pois, na Umbanda não se induz o transe com ervas ou bebidas. O transe acontece, na Umbanda, espontaneamente e é o ritual que determina tudo o que deve acontecer, ou seja, o transe na Umbanda é induzido pelo som, pela ordem de chamada das entidades que se manifestarão e assim por diante.
Assim como no Xamanismo, a religião do Daime também utiliza ervas de poder a fim de induzir o transe mediúnico, fato que também o diferencia da Umbanda.
Nem toda erva de poder é usada a fim de induzir o transe mediúnico, existem outras, como o café, por exemplo, que são consideradas ervas de poder por transmitirem energia a quem as consome.
No Caribe existe uma religião chamada Rastafári, popularizada por Bob Marley, que usa a maconha como erva de poder a fim de induzir ao transe mediúnico. Essa religião é bastante rígida e se apóia no Cris tianismo primitivo.
Fora do ritual religioso, algumas ervas de poder são consideradas alucinógenas e usadas de forma profana causam muitos males aos que as consomem.
Dentro do ritual religioso a erva de poder é chamada “enteógeno”, ou seja, a erva que possibilita o encontro com o Sagrado.
No Peru a erva de poder mais conhecida e consumida é a folha da coca que confere energia a quem a consome e precisa caminhar em regiões muito altas, como montanhas e picos, por exemplo.
Na Umbanda, a erva de poder mais utilizada é o tabaco. Soprado pelas entidades tem o valor e o sentido de uma reza que pode promover a cura ou a limpeza da aura do consulente que recebe o sopro da erva.
Podemos concluir, diante do acima exposto, que a Umbanda herdou do Xamanismo a utilização das ervas de poder adequando-as ao seu ritual particular.
Annapon
12.11.2014
(Texto baseado no Curso de Teologia de Umbanda Sagrada – Desenvolvido por Rubens Saraceni – Ministrado por Alexandre Cumino)
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