Iniciação à Escrita Mágica Divina





Iniciação à Escrita Mágica Divina
Rubens Saraceni / Ed. Madras
O texto que segue é parte do livro citado.

Apresentação

Amigo leitor, este livro de iniciação à escrita mágica divina é uma abertura parcial de um dos mais fascinantes mistérios da magia simbólica, toda fundamentada em símbolos e signos, muitos deles já conhecidos dos magos e usados por eles desde os primórdios da humanidade.
A magia simbólica sempre foi usada e o simbolismo tem inúmeros livros que procuram decifrar e ensinar seus significados e seus poderes às pessoas que os apreciam e os usam, seja como talismãs protetores ou repulsores de energias negativas e entes trevosos.
Talismãs e pantáculos mágicos sempre foram e sempre serão usados pelas pessoas que creem nos seus poderes. Mas um pantáculo não consagrado corretamente às divindades inscritas nele com certeza será somente um belo adorno e nada mais.
Cópias modernas de antigos pantáculos mágicos são inoperantes porque estão desconectadas das divindades que ativam os símbolos e signos mágicos ou cabalísticos inscritos neles.
Este nosso livro é um início à escrita mágica divina e esperamos que você, amigo leitor, após lê-lo, descortine um pouco do magnífico mistério das antigas escritas mágicas.
Aqui, não terá a palavra final sobre este assunto, complexo e inesgotável, mas sim apenas um início ao fascinante simbolismo mágico.
Muitos autores já exploraram esse campo da magia e nos trouxeram várias elucidações, úteis e aplicáveis pelas pessoas que recorreram aos seus formulários de magia riscada simbólica.
Neste nosso livro abordamos a origem e a regência de alguns símbolos, signos e mandalas, inclusive ensinamos como usar alguns deles em seu benefício, caso você creia no poder realizador deles, certo?
O mistério das ondas vibratórias transportadoras de energias divinas cujos modelos geram símbolos, signos e mandalas foi aberto para nós por mestre Seiman Hamiser Yê, sendo que em nenhum outro livro de magia riscada simbólica encontrarão algo sobre elas, seja de autores brasileiros ou estrangeiros, já que era assunto fechado do astral superior e era totalmente desconhecido por todos os que usavam a magia riscada ou escrita mágica em seus trabalhos de alta magia ou magia teúrgica.
Pesquisamos dezenas de livros de magia e nenhum deles comenta as ondas vibratórias irradiadas pelas divindades e que se espalham por todo o Universo, ocupando todos os quadrantes da criação divina, infinita em qualquer sentido.
Esperamos que ele seja útil aos apreciadores da simbologia e às pessoas que trabalham com a magia riscada, mas que o seja também a você, amigo leitor, pois em um capítulo especial daremos algumas ―magias riscadas‖ para que você as use em seu benefício.
Tenha uma boa leitura e um bom aprendizado porque as ondas vibratórias comentadas amplamente aqui têm muito a ver com a física quântica e com a teoria das supercordas, confirmando o que nos foi dito há muitos anos por um mestre espiritual:
— Filhos, a química moderna é a antiga alquimia, e a física moderna é a antiquíssima magia, assim como a magia riscada é a pura geometria divina, usada pelo Supremo Arquiteto na construção do universo físico e de todas as outras dimensões da vida que são em si verdadeiros universos paralelos ao material.
Comparem os fatores de Deus com as micropartículas e as ondas vibratórias com as supercordas, e vislumbrem como Deus é infinito em si mesmo e em tudo o que criou para nós.

Introdução

Os Tronos de Deus são as divindades responsáveis pela evolução dos seres, aos quais regem religiosamente sempre segundo as feições humanas que lhes tem sido dadas pelos sacerdotes das muitas religiões já semeadas na face da Terra.
Os Tronos transcendem nossas concepções humanas acerca deles porque são em si mistérios de Deus, sendo que cada um é uma das qualidades D’Ele e atuam em campos específicos da vida dos seres.
Uns são Tronos da Fé, outros são Tronos do Amor, outros são Tronos da Justiça, outros são Tronos da Lei etc.
Então, temos as hierarquias dos Tronos de Deus, cada uma responsável por um aspecto da criação e por um sentido da vida.
Temos sete hierarquias religiosas muito bem definidas ou sete linhas de ação e reação.
Essas sete irradiações divinas correspondem ao Setenário Sagrado que rege o nosso planeta e suas muitas dimensões da vida aqui existentes, todas elas habitadas por bilhões de seres naturais, não encarnantes, que seguem uma evolução vertical e que nunca são adormecidos e não têm interrupção na aprendizagem, como acontece conosco, os espíritos encarnantes.

Os muitos seres excepcionais que encarnam e fundam religiões aqui no plano material são espíritos que vieram diretamente das hierarquias divinas dos Tronos de Deus, que os enviam à dimensão humana para abrir novas religiões que mudam os nossos conceitos acerca D’Ele e tornam-se vias evolutivas para milhões de espíritos ainda paralisados pelas amarras terrenas, adquiridas quando viveram com intensidade as coisas do mundo material.
Alguns desses seres especiais precisam encarnar algumas vezes até que consigam tornar-se atratores naturais de espíritos. Já outros o conseguem em suas primeiras encarnações, tal como o conseguiram os amados mestres Jesus e Buda.
Mas tudo isso é desconhecido, e todos se acham grandes conhecedores de Deus e dos Seus mistérios, e vão logo dando suas opiniões, criando seus dogmas e impondo a muitos suas doutrinas e suas concepções pessoais sobre Ele, arvorando-se em Seus intérpretes e Seus representantes únicos aqui no plano material.
Essa é uma vaidade vã e um negativismo bem característico das muitas religiões existentes na face da Terra.
Logo, discutir é perda de tempo e não leva a nada além de um desgaste desnecessário.
Deus é maior que tudo o que possamos imaginar, não é propriedade de ninguém e muito menos dessa ou daquela religião.
O homem nem bem conhece o próprio planeta e muito menos o Universo, que é infinito, como tudo que é criado por Deus, e, no entanto, ousa arvorar-se em Seu intérprete e Seu representante. Vaidade vã!
Nós não nos sentimos donos D’Ele ou de seus mistérios, mas sim nos reconhecemos como Seus filhos e beneficiários dos Seus mistérios. Por isso, e justamente por isso, temos facilidade em comentar Seus mistérios e Suas divindades e dar uma interpretação abrangente e universalista sobre elas e sobre Ele, o nosso Divino Criador.
Mas isso não nos torna mais sábios ou melhores que ninguém. Apenas somos menos possessivos e dogmáticos, mais abertos aos novos conhecimentos e mais receptivos às revelações transcendentes que nos trazem os mensageiros instrutores.
Assim tem sido e assim sempre será, pois os mensageiros instrutores só procuram quem está aberto às novas revelações e as recebe como dádivas divinas e procuram distribuí-las para seus semelhantes encarnados.
Então, nós, abertos às revelações transcendentes, vamos abrir ao plano material mais alguns dos aspectos da criação divina. E abriremos o mistério da escrita mágica, tão presente na vida dos seres quanto a escrita religiosa (as doutrinas).
A magia é um fenômeno e é um mistério até para os seus praticantes. Mas não será mais após este livro, escrito agora com o consentimento expresso dos Mensageiros Tronos de Deus, os regentes das religiões e das magias.
As Escritas Mágicas do Passado
As escritas mágicas foram desenvolvidas no decorrer dos tempos, e só quem as desenvolveu sabia os significados que tinham e qual a funcionalidade delas dentro de um espaço mágico.
Os fundamentos das magias não são revelados em nenhum dos livros que pesquisei, ainda que travestidos de toda uma aura científica ou de alta magia, na verdade inscreveram letras de antigos alfabetos sem conhecerem as potências divinas correspondentes e sua ação vibratória.
Tudo o que circula na literatura mágica encontrarão no livro Magus, de Francis Barret. Ele, sim, é um compilador de tudo o que circulava na Europa de então.
O seu livro, publicado pela primeira vez em 1801, foi a fonte de todos os estudiosos desde então, porque reuniu tudo o que existia e facilitou a vida de quantos recorreram a ele.
Transcrevemos aqui, na íntegra, o primeiro parágrafo da introdução da sua edição de 1994, publicada pela Editora Mercúrio Ltda.
―Esta é a primeira reimpressão fac-símile, feita neste século, de Magus, de Francis Barret. Durante muitos anos foi um livro raro e caro, um livro que poucos estudantes do ocultismo tinham a possibilidade financeira de colocar em suas estantes e cujo conteúdo é pouco conhecido. Na verdade, ele é pouco conhecido somente na íntegra, pois é difícil um livro ter sido mais pilhado e furtado que este, pelos escritores modernos de assuntos afins, que, desejando engrossar os seus próprios tratados, transcreviam textualmente passagens inteiras da obra de Barret, sem citar a fonte, dando assim a impressão de terem realizado uma profunda pesquisa em textos medievais sobre magia.
Eis aí a verdade sobre tantos livros de magia que não funcionam, pois Barret compilou o que existia, mas não nos transmitiu os fundamentos ocultos, pois estes já haviam se perdido no tempo.
Compilar e mostrar o que existe à disposição do público é algo louvável.
Mas, muitos tentaram, copiando de Barret, criar uma magia riscada desprovida de fundamentos, na qual os signos, símbolos e ondas vibratórias inscritas não correspondiam de fato aos seus regentes divinos.
É certo que travestiram seus escritos de um intelectualismo ocultista e deram uma impressão forte de que dominavam realmente um conhecimento oculto. Mas hoje, de posse do livro de Barret, podemos ver que se inspiraram nele, em Papus, em Elifas Levi e outros autores para trazer algo sem fundamento e inoperante, pois as divindades não respondem magisticamente a quem não conhece seus fundamentos e não foi iniciado neles.
Com isso, com toda a confusão criada pelas ―magias riscadas impostas por alguns autores, a simples, prática, funcional e bem-fundamentada escrita mágica foi sendo deixada de lado por muitos adeptos da magia, pois os tais livros traziam coisas diferentes nesse campo da magia.
Eu não fui iniciado nos mistérios maiores dos sagrados Tronos por pessoas, mas sim por espíritos excelsos, aos quais me reporto sempre que tenho dúvidas.
Aqui, terão todo um conhecimento simples, prático e funcional de magia riscada, pois é usada por muitos magos sem que conheçam realmente o mistério das irradiações vivas dos sagrados Tronos de Deus.
No final deste livro, inseriremos algumas páginas da obra de Francis Barret para que vocês vejam um pouco do que ele compilou há dois séculos.
Com isto, acho que terão uma ideia de como a magia escrita se processa e tem se desenvolvido no decorrer dos séculos e através das religiões, pois todas têm o seu lado esotérico ou oculto, somente conhecido por quem o codificou e o desenvolveu, de forma prática e funcional, por meio de processos magísticos.
Aqui, neste livro, vocês não terão acesso às ondas vibratórias, signos e símbolos negativos pertencentes aos regentes dos polos magnéticos-energéticos-vibratórios opostos ou invertidos, pois há uma proibição expressa da Lei Maior sobre esta escrita mágica oposta.
Mas, não tenham dúvida, ela existe, e alguns tolos tem usado os restos dela que sobreviveram à grande queda vibratória da humanidade pré-diluviana.
Aqui, somente terão a magia divina ou magia dos Sagrados Tronos, riscada ou traçada a partir da inscrição de suas ondas vibratórias, dos seus signos, dos seus símbolos e de suas mandalas.
Tenham uma boa leitura e um bom aprendizado sobre a escrita mágica.
Tronos, os Senhores da Magia Divina
A magia divina é dividida em duas vertentes: uma religiosa e outra energética.
• Na magia religiosa, as divindades naturais são evocadas quando são oferendadas em seus santuários naturais, e o ritual é um ato religioso, revestido de preceitos e posturas religiosas por quem a realiza.
• Na magia energética, as divindades são ativadas a partir de uma escrita mágica ou magia riscada e são usados elementos mágicos específicos.
• Na magia religiosa, as velas são usadas para iluminar as oferendas propiciatórias e como sinal de respeito e de reverência para com as divindades às quais elas são consagradas e firmadas.
• Na magia energética, as velas são apenas mais um dos elementos mágicos usados pelo magista e não têm o sentido de iluminar algo, mas sim se destinam a projetar ondas energéticas ígneas que queimarão egrégoras e energias negativas etc.
Os Tronos são as divindades de Deus que regem a evolução dos seres e formam a classe dos Tronos de Deus.
Eles têm duas hierarquias ou vertentes, sendo uma religiosa e outra mágica.
A vertente religiosa auxilia os seres por meio da fé e dos guia em suas religiosidades, não importando qual é a crença seguida pelas pessoas. Eles transcendem as religiões estabelecidas aqui na Terra e cuidam de todos os seres gerados por Deus, sendo que muitos dos nossos irmãos nunca encarnaram e seguem uma evolução chamada de ―vertical‖ porque nela não existe o deslocamento para o nosso plano material da vida.
Já a vertente magística caminha em paralelo com a vertente religiosa e auxilia os seres por meio de procedimentos mágicos aos quais as pessoas recorrem para a rápida solução de suas dificuldades.
Existem duas magias, sendo que uma é a religiosa e acontece sempre que uma pessoa vai a um santuário natural e a realiza ali, revestindo-a de procedimentos religiosos tal como já comentamos antes.
Quanto à vertente magística, ela tem seus procedimentos próprios e os Tronos têm uma escrita ou grafia específica, também denominada de ―magia riscada‖, pois é ativada a partir de pontos cabalísticos riscados com o giz ou pemba.
A vertente magística não ativa espíritos, pois é toda energética, magnética e vibratória e são suas irradiações vivas que agem quando eles são ativados magisticamente.
Esta vertente mágica dos Tronos já vem sendo usada desde eras remotas, em que eles eram evocados com outros nomes, associados a divindades de culturas e religiões já extintas na face da Terra.
Toda magia tem que estar associada a alguma divindade. E todas as divindades regentes religiosas provêm das hierarquias dos sete Tronos de Deus, que são os regentes da evolução dos seres.

Os Espaços Mágicos

Os espaços mágicos são fundamentais à magia, e sem eles muito bem delimitados não haveria magia, mas sim o caos desordenador.
Logo, é fundamental que o mago delimite o espaço onde ativará sua magia, pois dentro dele tudo deverá acontecer.
O mago somente ativa uma magia caso tenha um objetivo em mente. Mas, como fatores impensados podem interferir, então deve criar o espaço mágico e dotá-lo de um campo eletromagnético, energético, vibratório e irradiante que permitirá que suas determinações mágicas se cumpram somente dentro do espaço que criou, pois somente assim o caos não se estabelecerá assim que tudo se iniciar.
Nós sabemos que o espaço religioso dos templos tem uma finalidade análoga, pois o que acontece dentro deles não afeta a vida das pessoas que moram ao seu redor.
Sim, nada do que acontece dentro de um templo extrapola suas paredes físicas, e mesmo que alguém more numa casa que tenha uma parede em comum, ainda assim não será afetada pelo que os sacerdotes realizam do outro lado dela.
Sabem por quê?
Não?
Então nós explicamos: é porque todo trabalho religioso, ao ser aberto pelo sacerdote, abre-se em um campo vibratório específico e diferente da vibração comum a todo plano material, que é onde vivem as pessoas.
O plano material é dotado de um magnetismo e de uma vibração só sua e que é comum a toda a humanidade e a todas as criaturas e espécies aqui existentes.
Então, Deus estabeleceu os espaços religiosos, que são os templos. E neles, desde que pertença a uma mesma religião, assim que recebem suas pedras fundamentais já se cria uma vibração eletromagnética afim com a da irradiação divina, que lhes dão sustentação.
Saibam que aqui no plano material a irradiação divina que dá sustentação à religião católica é a mesma para todas as igrejas, capelas, mosteiros ou conventos católicos.
Mas, se o Catolicismo Apostólico Romano, fundamentado na divindade Jesus, tem sua irradiação específica, os templos da Igreja Ortodoxa Grega também têm suas irradiações específicas, só dela, e que sustentam todos os seus templos, assim como todas as seitas Evangélicas ou Protestantes também têm sua irradiação específica e que somente se abre nos espaços religiosos dos seus templos.
Uma mesma divindade, Jesus Cristo, dá sustentação a esses templos, mas através de três irradiações diferentes que, quando se abrem para o plano material e dentro dos templos que as absorvem, viram e criam espaços religiosos bem definidos, que não se confundem com o das outras religiões que também O cultuam.
• Igreja Romana — Divindade Jesus
• Igreja Ortodoxa — Divindade Jesus
• Protestantismo — Divindade Jesus
Três igrejas, três formas distintas de adorações; três tipos de espaços religiosos fundamentados numa mesma divindade.
Mas ainda temos o espiritismo de Kardec, da mesma forma, fundamentado na divindade Jesus, que também irradia uma vibração específica para todos os centros espíritas e que cria, dentro de cada um, um campo eletromagnético que isola seu interior do mundo exterior, dando-lhe proteção durante as sessões espíritas, assim como impedindo que possíveis desobsessões ou descargas que ali ocorram atravessem suas paredes e venham a interferir na vida dos seus vizinhos.
Deus é o perfeito e tudo o que cria traz em si Sua perfeição divina.
Logo, os espaços religiosos são limitados ao interior dos templos das muitas religiões existentes, e cada religião possui seu magnetismo específico, só dela.
• A religião judaica possui seu magnetismo específico e todas as sinagogas têm uma mesma vibração, magnetismo e energia.
• A religião islâmica possui seu magnetismo específico e todas as mesquitas têm uma mesma vibração, magnetismo e energia.
• E o mesmo acontece com todas as demais religiões existentes na face da Terra.
Com isso explicado, então já sabem como são os espaços religiosos e o porquê da existência deles, não?
Sim, senão haveria o caos religioso! Se todos os sacerdotes das muitas religiões existentes evocassem numa mesma vibração religiosa Deus e suas divindades, todos os trabalhos religiosos seriam vulneráveis às projeções mentais contrárias, irradiadas pelos fiéis de uma religião contra os fiéis das outras religiões.
Vocês duvidam?
Pois saibam que cada religião, desde as maiores até as menores e desde as mais antigas até as mais novas, todas chamam para si a posse da procuração dada por Deus para serem as únicas portadoras das verdades divinas reveladas aos homens. E se julgam as únicas a falar em Seu nome, como se Ele não fosse um bem comum a tudo e a todos, e se apenas uns poucos tivessem o acesso direto que nos conduz a Ele.
Saibam que o único acesso que nos conduz a Deus está em nós mesmos e é a nossa fé N’Ele. Quanto às religiões, elas são potencializadoras dessa nossa fé porque a intensificam e conduzem muitos numa mesma direção assim que as aceitam como vias evolutivas.
Não há uma religião melhor que as outras, mas, sim, religiões que acolhem em seus espaços religiosos as pessoas que têm afinidades religiosas.
Bem, já têm uma ideia do espaço religioso e do porquê de todos os templos de uma mesma religião terem a mesma vibração, não importando se é um templo novo ou antigo ou se é luxuoso ou humilde.
A divindade é quem estabelece a irradiação que cria os campos eletromagnéticos dentro deles e a vibração interna de todos é igual.
Com isso esclarecido, então saibam que todas as religiões também têm seus céus e seus umbrais específicos, pois, para umas, certos hábitos humanos são tidos como pecados, e para outras não.
• Vide o monoteísmo judaico e o politeísmo hindu.
• Vide a monogamia cristã e a poligamia islâmica.
Os homens estabelecem a doutrina e determinam a conduta dos fiéis de uma religião, codificando suas leis e determinando o comportamento religioso e civil dos seus seguidores, acolhidos dentro dos espaços religiosos das religiões que criam.
Que cada um seja recompensado ou punido pelos princípios estabelecidos pelos homens, e que individualizam as religiões criadas por eles.
Se todas prometem o céu ou ameaçam com o inferno, então isso está implícito a todos os fiéis de todas as religiões existentes na face da Terra. E os caminhos que conduzem a estes dois lados opostos estão dentro dos espaços religiosos de cada uma, pois o seu magnetismo positivo conduzirá para o alto (céu) os seus fiéis virtuosos e conduzirá para o embaixo‖ (infernos) os não virtuosos.
E cada um encontrará do outro lado da vida aquilo que lhe foi prometido aqui na Terra pelo seu sacerdote.
Agora, no campo de ação da magia, os princípios que a regem são os da Lei Maior e os da Justiça Divina de Deus, dos quais temos pouco conhecimento e aos quais não dominamos, pois escapam ao nosso poder humano. Adaptamo-los ao nosso modo de interpretar as leis divinas porque são princípios universais, comuns a toda a criação divina, que é muito maior que esse nosso pequeno planeta, habitado em seu plano material por nós, os espíritos encarnados, limitados à dimensão humana da vida. E que é apenas uma entre tantas outras existentes aqui mesmo, mas invisíveis à nossa limitada visão materialista.
Saibam que os princípios, dogmas ou leis humanas de uma religião somente se aplicam aos seus fiéis e não têm o menor poder sobre a vida e o espírito dos fiéis das outras religiões, assim como não influenciam a vida dos seres que vivem nas outras dimensões da vida, existentes nesse nosso planeta ou em outros, às quais desconhecemos e que desconhecem a nossa.
Já as leis e os princípios da magia são comuns a toda a criação divina, porque seus fundamentos mágicos estão assentados em Deus e nos seus Mistérios Vivos, denominados por nós de Divindades de Deus.
Essas divindades de Deus não pertencem a este nosso planeta ou a qualquer outro, pois são comuns a todos e atuam como princípios divinos, em si mesmas, em toda a criação que, se é infinita, está sujeita e é regida pelos mesmos princípios divinos, imutáveis pela nossa vontade humana.
Nós até podemos dar feições humanas a esses princípios divinos para que sejam mais bem entendidos. Mas mudá-los nos é impossível.
Deus, na Sua infinita generosidade, concedeu-nos a permissão para humanizarmos Seus princípios e Seus mistérios vivos, pois sabe que somente assim, sendo nós, os limitados seres criados por Ele, o Ilimitado e Ilimitável, podem ser apreendidos pela nossa mente e pela nossa fé.
Mas o Mago deve ter em mente que os princípios e mistérios da magia são comuns a toda a criação divina e a mesma evocação que ativa uma magia aqui no plano material a ativa no plano espiritual, ambos dentro da dimensão humana da vida, assim como a ativa nas outras dimensões da vida existentes dentro desse nosso pequeno planeta. Assim como a ativa em outros planetas e nas suas muitas dimensões.
Se evocarmos o divino Trono da Fé, estaremos evocando o princípio divino que sustenta a fé em Deus e que rege a religiosidade em toda a sua criação, que é infinita. Mas, ao mesmo tempo, estaremos evocando um Mistério Vivo, que é em si mesmo a qualidade religiosa de Deus, comum a toda a Sua criação e presente em toda ela, ainda que se localize em graus vibratórios diferentes ou em diferentes dimensões da vida.
O princípio divino e o Mistério Vivo da Fé em Deus não podem ter uma feição humana, só nossa, porque estão presentes em todo o universo que nos é visível, mas inalcançável, assim como estão presentes nos que nos são invisíveis e sequer podem ser imaginados porque pertencem a outras realidades de Deus, o Ilimitado em todos os sentidos.
O Mago não evoca mistérios divinos limitados a uma religião ou dimensão da vida, seja ela a dimensão humana em suas duas vertentes (a material e a espiritual), seja ela uma das sete dimensões elementais básicas, seja ela uma das trinta e três dimensões duais, seja ela uma das quarenta e nove dimensões encantadas, ou seja ela uma das setenta e sete dimensões naturais da vida (a dimensão humana está inclusa neste número de dimensões naturais).
Se o Mago evocar o divino Trono da Fé, ele estará evocando um Mistério Vivo de Deus que está presente em toda a criação divina e, ao ativar uma magia na sua irradiação divina, estará ativando princípios que têm suas formas de aplicação e que são comuns a todos os seres.
Logo, o Mago não atua igual a um sacerdote, pois este evoca os Mistérios Vivos de Deus, mas limitados pela feição humana que determinou que eles tivessem.
O sacerdote precisa de valores religiosos bem definidos, senão não consegue atrair o seu rebanho de fiéis, colocá-los todos dentro de um mesmo espaço religioso e ter todos sob uma mesma irradiação divina adaptada aos espíritos humanos.
Já o Mago, este ativa ou desativa as irradiações divinas que são comuns a toda a criação de Deus, e uma magia negativa pode ser desativada por ele, assim como pode ser revertida ou anulada.
Não que um Mago lide com valores superiores, ou seja, superior espiritualmente e moralmente a um sacerdote. Apenas os magos lidam, evocam e ativam valores muito mais abrangentes que os dos sacerdotes.
• Os limites dos sacerdotes são os que sua doutrina ensina e estão codificados nos princípios que cultivam e que os diferenciam uns dos outros.
• Os limites dos magos são os da própria criação divina (ilimitados).
Logo, os sacerdotes têm que se ater ao campo de sua religião e, teoricamente, um judeu estará pecando caso evoque Jesus Cristo, pois o judaísmo nega sua divindade.
E um cristão peca caso evoque Buda, pois o cristianismo prega que apenas Jesus conduz o homem até Deus.
As religiões, ao limitarem a fé dos seus fiéis aos seus valores religiosos, limitam a si mesmas e aos seus sacerdotes, sempre preocupados com seus rebanhos e com as investidas dos outros sacerdotes sobre eles. Investidas estas que são vistas com os avanços de demônios que querem destruir sua igreja e dizimar seu rebanho.
Já o Mago não tem essa preocupação, pois sua magia não é cristã, judaica, budista, islâmica etc., e sim é a magia divina, comum a todos os seres, a todas as criaturas e a todas as espécies criadas por Deus.
Saibam que o Mago lida com aspectos de caracteres universais e encontrados em todos os quadrantes da criação divina.
O Mago lida com princípios divinos e evoca Mistérios Vivos (Divindades de Deus) comuns a tudo e a todos.
Quando evocamos o divino Trono da Fé, estamos evocando a divindade de Deus que rege sobre a fé e a religiosidade em todos os quadrantes da criação divina.
Ele tanto ampara os Anjos quanto os homens, assim como limita os demônios. E impõe limites a todos porque é em si essa qualidade de Deus (fé e religiosidade), que limita tudo e todos aos seus respectivos campos de atuação, aos seus magnetismos individuais ou comuns a uma mesma classe de seres, e às suas vibrações mentais.
Ele é tão ilimitado no sentido da fé porque é em si essa qualidade de Deus. E, quando o Mago o evoca em sua magia, está evocando um Mistério Vivo, que atua tanto sobre os Anjos como sobre os homens, assim como também atua sobre os demônios.
Logo, o poder dos Anjos, dos homens e dos demônios é limitado aos seus campos de atuações, todos contidos dentro dos limites ilimitados do divino Trono da Fé, que é em Si o Poder, o Princípio e o Mistério Vivo de Deus, que atua em toda a sua criação divina, limitando tudo e todos e colocando cada um no seu respectivo campo religioso dentro do ilimitado campo da fé regido por Ele, o divino Trono da Fé em Deus.
Logo, uma magia negativa será anulada, revertida ou desativada pelo Mago.
Pessoas que lidam apenas com mistérios de grau médio ou menor não são magos na acepção desse nome.
Magos lidam com valores divinos comuns a toda a criação divina e encontrados em todos os quadrantes dos muitos universos de Deus.
Um mago é mago neste planeta e nas suas muitas dimensões da vida, umas paralelas às outras, todas distribuídas verticalmente e com cada uma obedecendo a uma vontade de Deus e seguindo fielmente as suas determinações divinas, mas todas regidas pelos mesmos princípios e Mistérios Vivos emanados por Ele, o nosso Divino Criador.
Um mago é mago neste planeta ou em qualquer quadrante da criação divina, pois é, em si, um ativador de princípios e Mistérios Vivos comuns a toda a criação e que regem tudo e todos.
Por isso, o mago abre em qualquer lugar espaços mágicos dentro dos quais ativa suas magias, podendo abri-los dentro dos espaços religiosos de todas as religiões existentes na face da Terra ou nos santuários naturais das divindades de Deus.
Um mago, se precisar atuar dentro do campo específico de uma divindade, vai até ele, pede a permissão dela e ali, dentro do seu campo religioso natural, ele abre seu espaço mágico e ativa sua magia, que acontecerá naturalmente.
O campo do mago é ilimitado e ele pode atuar nos campos vibratórios de todas as religiões, porque sempre se curva diante de suas divindades regentes, as saúda e as reverencia, e depois pede permissão para ativar suas magias, regidas pelos Sete Princípios Divinos e sustentadas pelos Sete Mistérios Vivos de Deus, que são os seus Sete Tronos.
Os Sete Princípios Divinos são estes:
• Princípio da Fé (campo da religiosidade)
• Princípio do Amor (campo da concepção)
• Princípio do Conhecimento (campo do saber)
• Princípio da Justiça (campo do equilíbrio)
• Princípio da Lei (campo da ordenação)
• Princípio da Evolução (campo da transmutação)
• Princípio da Geração (campo da criatividade)
Os sete Tronos de Deus são estes:
• Trono da Fé — rege a religiosidade
• Trono do Amor — rege a união
• Trono do Conhecimento — rege o aprendizado
• Trono da Justiça — rege a razão
• Trono da Lei — rege o caráter
• Trono da Evolução — rege o aperfeiçoamento
• Trono da Geração — rege o criacionismo
Os Sete Princípios acima citados são comuns a toda a criação divina e cada um regula um aspecto da criação divina.
Os Sete Tronos acima citados são os Mistérios Vivos de Deus, e que animam e imantam tudo o que Ele criou porque são em Si mesmos essas qualidades vivas D’Ele, exteriorizadas, cada uma numa de Suas Sete Divindades.
Cada um destes sete Tronos de Deus tem sua hierarquia de divindades, umas regentes de campos muito grandes, mas, ainda assim, limitados dentro do ilimitado campo de cada um deles.
Todas as divindades geradoras e irradiadoras de fé em Deus estão contidas dentro do campo do divino Trono da Fé e suas irradiações fluem através de seus graus magnéticos específicos. E o mago, antes de evocá-las, deve evocar o divino Trono da Fé para, só então, evocar a divindade em cuja irradiação e campo vibratório irá abrir seu espaço mágico e cujo mistério irá manifestar e atuar especificamente dentro do espaço que o mago abriu. E só realizará o que ele determinar em sua oração mágica.
E o mesmo se aplica aos outros seis Tronos de Deus e aos princípios que os identificam como Mistérios Vivos de Deus.
• Dentro de espaços neutros comuns a todos os seres, criaturas e espécies;
• Dentro de todos os espaços religiosos comuns a todos os fiéis de uma religião;
• Dentro de todos os santuários naturais (da natureza);
• Dentro de todos os lares, locais públicos, lojas comerciais ou estabelecimentos industriais;
Dentro de todos esses espaços, o mago pode abrir um espaço mágico com uma finalidade específica; pode evocar um ou vários Tronos de Deus e as divindades de suas hierarquias e, em sua oração mágica, determinar o que quer que aconteça dentro do espaço mágico que abriu, ou que se realize a partir dele, pois esta é uma atribuição sua.
Um mago somente é limitado por si mesmo, seja pelo seu grau evolutivo, seja pelo seu poder mental ou por sua fé nas suas evocações e determinações mágicas.
Não são poucos os magos que se desvirtuaram e colocaram seus poderes a serviço de causas injustas ou a serviço de sua soberbia, cobiça, ambição, inveja ou ira. Mas todos perderam, e sempre perderão a luz de suas coroas e terão seus símbolos sagrados invertidos, perdendo com essa inversão o poder de evocar as divindades das hierarquias dos sete Tronos de Deus.
Assim, limitam-se a si mesmos e tornam-se escravos dos Mistérios Vivos negativos que regem sobre os aspectos negativos da Criação Divina, que são limitados em si mesmos e somente se exteriorizam caso alguém (ser, criatura ou espécie) os desenvolva em seu íntimo e os alimente com suas vibrações negativas, tais como as de ódio, inveja, cobiça, luxúria, soberbia, exibicionismo etc.
Esses Mistérios Vivos negativos não têm feições humanas pois são, em si, análogos aos sentimentos dos seres que os exteriorizam: são desumanos ou desumanizadores. Muitos os descrevem como bestiais ou demoníacos, infernais mesmo!
Os seres que os exteriorizam são, em si mesmos, os tão temidos portais para as trevas e as sombras difusas da ignorância e da descrença na onipotência, na onipresença, na onisciência e na oniquerência de Deus.
Mas, desses magos caídos, que cuidem deles seus desumanos senhores, porque o mago não é positivo ou negativo, mas tão-somente um servo de Deus; é um instrumento vivo, ativo e dotado de raciocínio que se consagrou ao serviço dos seus Sete Tronos Divinos, e apenas ativa suas magias após evocar Deus e saudá-Lo com amor, fé e reverência.
Este sim é um mago, pois sabe que todo poder emana de Deus e irradia-se para toda a Sua criação por meio dos seus Sete Tronos Divinos.
O verdadeiro mago não diz que é poderoso ou que é ilimitado.
Não. O verdadeiro mago tem consciência de que é um instrumento de Deus, colocado por Ele a serviço de Seus Sete Tronos Divinos e das Divindades que formam suas hierarquias divinas.

Iniciação à Escrita Mágica Divina
Rubens Saraceni / Ed. Madras


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