Formas Humanizadas dos Orixás
Formas Humanizadas dos Orixás
Por Alexandre Cumino
As Divindades Maiores não tem forma humanizada, são mentais planetários, presentes
em tudo e muito ligados à natureza.
Sentimos sua presença nos pontos de Força (Matas,
Cachoeiras, Mar, Pedreiras, etc.). A maioria de nós não consegue entender uma presença
sem forma, por isso a importância da humanização, onde se costuma dar uma feição humana
que mais se aproxime das qualidades da Divindade.
O que justifica uma forma humana negra
e outra branca para Yemanjá. A forma humanizada irá transparecer as qualidades divinas do
Trono, Divindade ou Orixá.
Se é uma divindade do Amor tem uma forma doce e amorosa; se uma divindade da Lei,
forma imponente que imponha respeito; se uma divindade da Justiça, forma séria a cobrar
débitos e lembrar dos créditos.
Acompanham ainda as formas humanizadas das Divindades, seus elementos e
indumentária que identifique seu campo de atuação e natureza divina, onde vemos por
exemplo uma espada para a Lei, um machado de lâminas iguais ou balança para a justiça,
uma bengala para a evolução, um cajado para a Fé, uma flecha para a busca ou a caça.
Há
também simbologia dentro do próprio elemento da Divindade onde a água é a geração da
vida, o fogo é a justiça, o ar a ordem ou o verbo ordenador, a terra que tudo acolhe é a
transmutação, etc.
Bem muitos são os elementos presentes e identificadores de formas humanizadas. Além
das Divindades maiores, mentais planetários, há entidades naturais que incorporam em seus
médiuns como Orixás individuais, entidades vindas de reinos da natureza ou se preferir
dimensões regidas pelos Orixás Maiores.
Estas entidades naturais manifestam as qualidades dos Orixás Maiores num nível além
do que estamos acostumados, sua presença se faz sentir como a presença viva da divindade
por meio da intensidade de vibração e energia.
Estes seres naturais assumem uma forma
humanizada para melhor se fazerem entender.
Dentro de uma mesma natureza encontraremos entidades naturais atuando em campos
diversos, nos quais identificamos uma Oxum da Fé, outra do Conhecimento, Justiça, Lei...
algumas tem nomes conhecidos como Oxum Apará, no entanto não há uma tradição na
Umbanda com relação a diversidade de nomes qualificativos dos Orixás. Desta forma é
natural identifica-los pelo campo em que atuam.
O estudo destas combinações é chamado de Ciência Divina e é ele que mostra o
entrecruzamento de forças que dá origem a tantas formas e nomes. Veja:
Ogum Marinho
(Ogum e Yemanjá), Ogum Matinata (Ogum e Oxalá), Ogum Megê (Ogum e Omolu), Ogum
Rompe Mato (Ogum e Oxossi), Ogum do Fogo (Ogum e Xangô), etc.
Nenhum destes Oguns é o
Pai Maior Ogum e sim entidade naturais de Ogum, cada um tem sua forma humanizada
diferente. Todos eles têm a mesma natureza direcionada para campos de atuação
diferentes. O que é bem diferente de caboclos de Ogum que vem normalmente nas sessões
de Umbanda dar consultas e carregam nomes, se não idênticos, parecidos com os nomes dos
Oguns. Da mesma forma que há Ogum Beira Mar, há Caboclo de Ogum Beira Mar; Ogum
Marinho e Caboclo de Ogum Marinho...
Como diferenciar um caboclo do Orixá?
Simples, caboclos incorporam e dão consultas,
Orixás incorporam e executam toda uma ritualística sem pronunciar nenhuma palavra,
quando muito dizem apenas o seu nome.
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