A HISTÓRIA DE ARARIBÓIA
A HISTÓRIA DE ARARIBÓIA
Araribóia existiu.
Chefe indígena da tribo Temiminó, um grupo Tupi, vivia numa das ilhas da Baía
de Guanabara.
Ali os temiminós eram minoria.
A tribo Tamoio, com 70 mil índios, dispersa entre a
Guanabara e a região onde hoje se localiza a cidade de Bertioga (SP), detinha folgada superioridade
numérica contra os temiminós, que só contavam com 8 mil cabeças.
Os tamoios, liderados pelo chefe Cunhambebe, eram aliados antigos dos franceses, que viviam
tentando invadir a Baía de Guanabara.
Em 1555, depois de subjugar os temiminós e os portugueses
com a ajuda de Cunhambebe, a França passou a dominar a Capitania do Rio de Janeiro.
O Reino de Portugal mandou então para o Brasil o terceiro governador-geral da colônia, Mem de Sá,
com a missão de retornar ao Rio.
Selando uma aliança com Araribóia, os portugueses conseguiram. O
chefe indígena recebeu como gratidão a sesmaria de Niterói, onde passou a morar, converteu-se ao
cristianismo e tornou-se íntimo do governo.
Adotou, inclusive o nome do português Martim Afonso de
Souza, donatário do Rio de Janeiro.
Morreu em 1574, brigado com Antonio Salema, sucessor de Mem
de Sá.
O nome indígena Araribóia significa Cobra Feroz ou Cobra das Tempestades. "Araib", em Tupi,
significa "Tempo Mau, Tempestade, Tormenta" e "Bói" significa "Cobra".
Herói de Várias Batalhas
Em 1560, a expedição de Mem de Sá foi combater os franceses no Rio de Janeiro. Levava
Maracajaguaçu e Araribóia e outros Índios Flecheiros do Espírito Santo.
No dia 15 de março de 1560, a
expedição de Mem de Sá promove um ataque à Ilha Henri e consegue vencer, destruindo o Forte
Coligny. Derrotados os franceses conseguiram escapar em grande número, refugiando-se no
Continente.
O ataque a Ilha Henri está relatado em carta do padre Francês André Thevet na obra "La Cosmographie
Universelle", editada em Paris, França, em 1575. Lá constam referências aos atos de bravura do Índio
Fundador da Serra, Maracajaguaçu e de seu filho Araribóia.
Mem de Sá volta a Salvador, na Bahia, a 3 de abril de 1560 e os franceses e Tamoios
reagruparam-se e estabeleceram poderosas fortificações na Ilha da Carioca e na Ilha de Paranapuã.
Quando Araribóia volta a segunda vez para guerrear contra os franceses e Tamoios, em 1564, está com
40 anos de idade, conforme Luís Carlos Lessa no livro "Araribóia, o Cobra das Tempestades", publicado
pela Editora Francisco Alves do Rio de Janeiro, página 8.
Em 1564, com Estácio de Sá, combate na tomada da Fortaleza de Uruçumirim, na hoje Praia da
Glória e depois destaca-se como herói na Batalha de Paranapecu, trecho da Ilha do Governador, que ia
da Ponta do Galeão até as Flecheiras.
Reportagem do conceituado historiador Eduardo Bueno para a revista Época de 05/07/99
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