As Chaves da Umbanda (nomes simbolizadores e ocultadores dos guias)
As Chaves da Umbanda
por Rubens Saraceni
A Umbanda é uma religião espiritualista que ensina que a vida é eterna e que a nossa curta
passagem aqui no plano material destina-se à evolução, ao aperfeiçoamento e à conscientização dos
espíritos.
Ela é uma síntese dos mistérios de fácil aplicação na vida das pessoas porque dispensam maiores
cuidados nas suas ativações, e suas dinâmicas de ações são controladas pelos espíritos-guias, todos
ligados a um ou a vários desses mistérios.
Cada guia espiritual de Umbanda sagrada é um espírito iniciado no mistério que seu nome
simboliza ou oculta.
Sim, há nomes simbolizadores e nomes ocultadores.
- o nome “Sete Flechas” é simbolizador. Já o nome “Pai João do Congo” é ocultador.
- o nome “Tranca Ruas” é simbolizador. Já o nome “Zé dos Cocos” é ocultador.
- o nome “Sete Encruzilhadas” é simbolizador. Já o nome “Maria Padilha” é ocultador.
- o nome “Sete Espadas” é simbolizador. Já o nome “Maria Molambo” é ocultador.
E assim é com todos os nomes usados pelos guias espirituais de Umbanda Sagrada, todos eles
iniciados em um ou vários mistérios da Criação, incorporados religiosamente por ela durante sua
codificação divina, codificação esta já ocorrida no plano astral antes da manifestação histórica do
Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no seu médium, o nosso saudoso Pai Zélio Fernandino de
Moraes, este sim, iniciador terreno da Umbanda.
- Sim, há um iniciador da Umbanda no plano material e este é Pai Zélio de Moraes.
Quanto aos que propugnam que ela teve início em eras remotas ou entre outros povos, estes
fazem apenas um exercício de comparatividade, porque confundem a prática de incorporar espíritos,
tão antiga quanto a própria humanidade, com a Umbanda.
Só não vê quem não quer que o ato de incorporar espíritos, evoluídos ou não, é antiquíssimo e
anterior ao próprio espiritismo, tão bem codificado por Allan Kardec.
O próprio Zélio de Moraes, ainda moço, foi expulso de uma sessão espírita porque incorporou os
espíritos de um “Caboclo” e de um “Preto-Velho”.
E estes espíritos já vinham sendo expulsos, assim como seus médiuns, de outras sessões espíritas
de então.
O astral serviu-se de um espírito, o Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, e de um médium, o
nosso saudoso Pai Zélio Fernandino de Moraes, para fundar uma religião de espíritos manifestadores
religiosos de mistérios da Criação de Deus.
Se a incorporação é um dom e muitas pessoas possuem esse dom, assim também a Umbanda é
uma religião que tem nesse dom um dos seus fundamentos. Agora, que já existiram, existem e sempre
existirão religiões mediúnicas, disso não temos dúvidas. Os cultos afros e ameríndios são fundados na
incorporação coletiva ou individual de forças invisíveis.
- O xamanismo também se fundamenta na incorporação de forças invisíveis.
- O espiritismo incorpora forças invisíveis.
- As pitonisas gregas e egípcias incorporavam forças invisíveis.
- Os profetizadores de todos os tempos incorporam forças invisíveis.
Mas nenhum era ou
é umbandista, certo?
Que alguém vá até um pajé indígena, até um xamã mongol ou siberiano e até um feiticeiro
africano e diga-lhe que ele é umbandista, e com certeza esse alguém ouvirá essa pergunta:
“O que é
umbandista?”
Será um tanto embaraçoso para esse alguém explicar para o pajé, para o xamã e para o
feiticeiro africano o que é a Umbanda, já que eles praticam algo similar ao que praticam os médiuns
umbandistas e, com certeza, eles perguntarão:
“Qual é a idade da sua religião”?
E ao saberem que ela só tem um século de existência, dirão isto:
- Vocês copiaram nossas
práticas que são seculares, não?
E não adiantará dizer-lhes que a Umbanda é a fiel depositária dessas práticas milenares,
distorcidas após a “queda” disso ou daquilo, certo?
O fato é que a Umbanda é uma religião praticada por muitas pessoas, a maioria possuidora dos
mesmos dons dos xamãs, dos pajés, dos feiticeiros e dos médiuns espíritas. Apenas, exercitam estes
dons segundo uma dinâmica própria, já que os dons, todos os possuem em maior ou menor intensidade. E ponto final!
Agora, quanto aos mistérios, há várias formas de serem ativados e colocados em nosso benefício.
A Umbanda coloca-os em ação a partir dos guias espirituais ou de certas práticas de magia
adaptadas à nossa espoca, à cultura e às necessidades dos seus adeptos.
• Que negue quem quiser que a Umbanda é uma religião iniciada por Pai Zélio de Moraes.
• Que aceite quem quiser que ela começou com ele.
• Que todos aceitem que a mediunidade em suas muitas faculdades é exercitada desde os
primórdios da humanidade, e, portanto, a Umbanda é uma religião mediúnica.
• Mas que ninguém negue que ela é de fato uma religião dos mistérios de Deus!
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