Compromisso do Umbandista em tempos de pandemia
A pandemia não acabou.
Acredito que temos ainda um longo caminho pela frente de prevenção, cuidado, atenção. Não apenas no que diz respeito à individualidade, mas sim com vistas ao coletivo.
A pandemia reforça a necessidade de termos empatia, muito embora grande parte da população não tenha ainda despertado para o fato. A impressão que tenho é que muitos acreditam que negar, fazer vista grossa e relaxar seja mais fácil. Pensando e agindo assim prolongam a duração da pandemia, afetando a todos.
Como Umbandista acredito na vida e em sua preservação, creio ainda nas forças da natureza pelas quais se manifestam os Orixás, além de crer na espiritualidade, sempre disposta a nos ajudar apontando caminhos que nos protegem das armadilhas do mal que, muitas vezes, até inconscientemente, procuramos, enfim, para mim, ser Umbandista é ser agente de preservação da vida e da natureza.
Isto posto, quero deixar claro ainda que; ser Umbandista é ser colaborador na árdua tarefa de promover o bem, a saúde, a união, sempre com muita transparência e amparados pela verdade que não admite a hipocrisia do discurso vazio, assim sendo, meu coração Umbandista me diz que meu dever é colaborar com todos tanto quanto me seja possível e permitido.
Quero dizer que continuar com os cuidados reais, não aqueles que a mídia exibe, que mais dão a impressão que a pandemia acabou que outra coisa, é fundamental, é nosso dever como cidadãos e como Umbandistas que somos.
Tenho visto, pelas redes sociais, giras e giras exibindo pessoas sem máscara, cuidado primeiro e de fundamental importância no momento, terreiros promovendo festas amparados pelo discurso de que todos os cuidados serão levados em conta quando, na verdade, bem sabemos que não é assim e Umbandista que preza a vida, deve ter mais cuidado porque responderá, cedo ou tarde, pelos seus atos.
Não existe ainda nenhum protocolo de segurança a ser seguido quando pessoas se aglomeram. A maioria ainda não está vacinado, assintomáticos contaminam outras pessoas. O que temos e podemos fazer por nós e pelo coletivo é o cuidado sério, verdadeiro, ou seja: distanciamento, máscara usada de forma adequada, vacina (duas doses) e higiene. Fora disso há risco sim e é perigoso.
Sei que a comunidade Umbandista foi duramente afetada pela pandemia, aliás, está sendo, assim como eu mesma, mas pensar em todos é meu dever, colaborar para reforçar os cuidados é meu dever não apenas com a sociedade, mas com a espiritualidade que tanto tem trabalhado nestes tempos para socorrer a tantos, encarnados e desencarnados pelo mundo afora.
Giras, festas em terreiros, onde os mínimos cuidados não são observados, denotam imaturidade, enfraquecimento de seu chão e de seus médiuns porque o momento exige união, cuidado e colaborar com a espiritualidade é justamente ter a paciência para esperar, o Tempo de Deus, e conforme seja Sua Vontade, que o vírus, enfim, cumpra seu objetivo (propósito), sim, creio que há uma razão além do nosso entendimento para que isto esteja acontecendo.
Somos muito pequenos e não temos condições de compreender tudo, mas se sabemos um pouco, ou alguma coisa, é que como colaboradores da espiritualidade devemos estar atentos e vigilantes, pois são tempos difíceis que exigem muito de tudo o que já aprendemos, o momento exige que coloquemos em prática todo o aprendizado acumulado no chão de terreiro.
Tenho certeza que a espiritualidade precisa da nossa colaboração, do nosso exemplo prático como cidadãos e Umbandistas.
Precisamos fortalecer a nossa fé e através do exemplo, diário e prático, promover o bem, os cuidados com a saúde, individual e coletiva, além de tantas outras coisas que a espiritualidade não se cansa de nos ensinar.
Estamos momentaneamente impossibilitados de exercer nossas atividades no terreiro como era de hábito, mas estamos conectados às forças maiores e aos guias espirituais.
Estamos mudando. Tudo à nossa volta está mudando e com a Umbanda não é diferente. Estamos sendo preparados para um novo tempo no qual o auto conhecimento será de fundamental importância para que a evolução de todos aconteça, até mesmo a evolução da própria religião que cada vez mais haverá de estimular nos seres a busca pela sua própria iluminação através de ensinamentos práticos, posturas diante da vida e, com certeza, esse momento nos tem revelado, mostrado quem é quem, de verdade, dentro desse universo religioso e fora dele.
Desejo saúde, sorte, amor e prosperidade a todos!
Axé, Saravá, Namastê,
Anna Pon
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