A importância da educação mediúnica na Umbanda
A mediunidade é uma faculdade natural, condição orgânica.
Se manifesta independente dos valores morais, intelectuais e não depende da simples vontade da pessoa, mas sim de seu organismo, apto ou não ao fenômeno.
Há ainda a questão do preparo antes da encarnação, ou seja, estar previamente preparado, pela espiritualidade, no período anterior à presente encarnação, para que o individuo possa exercer seu mandato mediúnico, muitas vezes como forma de evolução, mas não apenas por isso, existem muitas razões pelas quais escolhemos a mediunidade.
Cada médium traz consigo um ou vários tipos de mediunidade. O mais comum é que apresente um especifico. Sendo assim, não se pode desenvolver o que o organismo não tem para oferecer porque é uma condição orgânica a mediunidade, além de compromisso firmado com a espiritualidade.
"Fica, portanto, claro, que não se deve forçar o desenvolvimento de qualquer tipo de mediunidade, e quem pretender fazê-lo não é digno de crédito".
Emmanuel (espírito que acompanhava Chico Xavier) lembra sabiamente que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do Plano Espiritual, nunca pelos encarnados. Os Espíritos não obedecem a vontade ou satisfazem desejos dos encarnados, mesmo que estes possuam o desejo sincero de trabalhar mediúnicamente a serviço do Bem.
É preciso compreender que a mediunidade é nada mais do que prestação de serviço (não remunerado) planejado e orientado pelo Plano Espiritual, e os médiuns devem se colocar como meros instrumentos a serviço do Alto, na quota de doação que lhes compete.
O médium doará o tempo necessário ao serviço sem comprometer seu ganha pão e deve saber dividir adequadamente seus afazeres para que não sobrecarregue nem a si nem aos outros, caso contrário estará sempre aflito, afoito e a ansiedade pode atrapalhar tudo na vida, principalmente seu desenvolvimento mediúnico, bem como sua evolução em todos os sentidos, assim começa o aprendizado; fazer de tudo um pouco dentro de suas limitações e possibilidades.
Não existe avanço mediúnico que obedeça a um estalar de dedos, ao piscar dos olhos. Somente o tempo, a perseverança, a boa intenção, a fé sincera e disposição podem garantir que se avance e, no pacote, podemos acrescentar o auto conhecimento, fundamental no processo.
A tarefa, embora pareça simples, é complexa, exige disciplina, boa vontade, além de postura coerente. Tudo isso só o tempo constrói. Fazer uma boa construção implica em primeiro alicerçar, para depois, aos poucos, avançar e construir uma fortaleza ou frágil edificação que qualquer vento derruba e mais uma vez se reinicia do zero, observando, dessa vez, com mais cautela o alicerce que será usado para que não venha, mais uma vez, a sucumbir a edificação.
É um longo e continuo aprendizado de teoria e prática.
A medida que amadurecemos, como seres humanos, observamos o aprimoramento da mediunidade, quanto mais trabalho, experiência, doação, mais se aprimora o dom e mais somos úteis à espiritualidade.
O médium iniciante é tal qual cavalo indomado, se agita, gasta energia em vão, mas conforme o tempo passa, vai aprendendo a preservar suas forças, vai, aos poucos, aprendendo a conhecer os guias espirituais que o acompanham, suas vibrações e quanto mais se doa, sinceramente, com calma e fé, mais rápido descobre mais e mais coisas sobre a espiritualidade e sobre si mesmo. Isso é educação mediúnica, um processo longo, lento, porém, existem os que experimentam um processo mais acelerado por muitos motivos, um deles é a necessidade própria do médium.
Quem pula etapas em seu desenvolvimento mediúnico, acreditando que está enganando as pessoas, dirigentes, irmãos de fé, é ingênuo demais porque está sendo o tempo todo observado pela espiritualidade e pelos mais experientes, portanto, infantilidade que atrasa o processo e que pode vir a acarretar consequências desagradáveis como, por exemplo, o afastamento dos guias.
Para ser médium de Umbanda é preciso ter humildade, paciência, ser perseverante, entender que o grupo é importante, mas o mais importante é seu papel diante da comunidade, é sua evolução e crescimento como ser humano que o faz ser colaborativo, receptivo, honesto em suas intenções, que o faz amar e respeitar a natureza, pois é lá que habita o Orixá, a força da Divindade. As questões são muitas e percebemos então que o que parece simples, na verdade é complexo, exige estudo e rigoroso exame de consciência constante porque estamos todos sujeitos ao erro em nossas vidas, dentro e fora da casa onde praticamos e desenvolvemos nosso ser espiritual.
A boa educação mediúnica gera segurança, confiança que só a prática, aliada à teoria de boa qualidade, são capazes de nos oferecer, por isso, filtrar informações sobre Umbanda é de fundamental importância. Bom mesmo é sempre consultar fontes seguras, pessoas de confiança e com experiência, do contrário estará sujeito ao engano que por sua vez pode causar uma série de transtornos.
Que a Luz Divina sempre nos guie para que trilhemos bons e seguros caminhos em nossas jornadas.
Anna Pon
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