Laroyê Rosa Caveira! "Trabalhamos nas sombras a serviço da Luz"
Já faz algum tempo que tenho recebido orientações de Dona Rosa. Recentemente, em sonho, lembro de ter recebido muitas orientações, mas fica por ai porque não consigo me lembrar por mais que queira ou tente. Penso que a lembrança virá em momento oportuno em sua íntegra. No momento trago alguns flashs:
Lembrei de um trecho sobre minha conversa com a Rosa Caveira, fiz uma pergunta a ela ainda sobre quando trabalhei na apometria.
É sobre uma ocasião em que o Tranca Ruas (Exu) usou capa de invisibilidade em mim e nele mesmo. Perguntei a ela se essa capa escondia apenas nossa forma.
Ela respondeu que escondia a forma e a vibração, ou seja, ninguém sabe quem está debaixo da capa, a gente só sabe se o espírito quiser revelar. Não são todas as entidades que podem usar.
No caso ele usou uma capa preta e eu uma branca. Sobre a cor, Dona Rosa disse que a cor diferencia o Mestre do aprendiz. Disse ainda que essas capas são usadas para acessar locais densos, de baixa vibração. É um tipo de proteção que impede que os seres em desequilíbrio reconheçam os trabalhadores que ali circulam a fim de resgatar espíritos ou ainda se inteirar dos planos dos magos que sempre estão renovando suas armas de ataque espiritual.
Vale lembrar que eu, Anna, autora deste blog, sou umbandista e que Tranca Ruas das Almas é uma das entidades com a qual trabalho como médium a muito tempo. Talvez por isso, por nossa forte ligação, é que em confiança, durante um trabalho, ele permitiu que eu usasse a tal capa. O fato aconteceu uma única vez e não me lembro sobre o teor do atendimento realizado naquele dia, faz muito tempo que isso aconteceu e só agora, em conversa com Dona Rosa, é que me ocorreu de perguntar, enfim...como dizem: Tudo a seu tempo.
Sei que fiz muitas perguntas a ela e não lembrar de todas é ao mesmo tempo inquietante e engraçado porque sei que todas as informações estão comigo, guardadas num cantinho especial de minha memória. Confio nela, portanto, sei que trazer isso à luz faz parte de um processo.
Aos poucos, vou registrando o que a memória permite.
Recordo de ter perguntado sobre nossa aparência astral, depois do desencarne, minha dúvida era sobre conservar a mesma aparência física, mesmo porque, pensei, tivemos outras encarnações e usamos outros corpos, por qual razão, então, conservar a última imagem?
Ela respondeu que sim, a última prevalece, que podemos, ou não, acessar nossas outras formas, ou aparências, mas seguimos no astral com a última usada. Disse ainda que nos é permitido, em alguns casos, usar a forma física infantil, jovem ou madura, dependendo de quanto nos sentimos bem ou realizados, numa dessas fases, tudo em conformidade com nossa última encarnação, por exemplo, se tivemos uma infância feliz, usaremos a aparência física da ocasião.
Dona Rosa esclarece que o espírito é imortal, sem forma, apenas consciência, que o mundo da forma é necessário para evoluir, cumprir etapas até chegar ao estágio consciencial. É um longo caminho que nos leva ao Criador.
Não é muito antiga minha relação com ela, Dona Rosa Caveira, eu diria que, em comparação com outras entidades espirituais, é até recente, mas muito profunda e significativa.
Lembro que, no começo, matutei sobre seu nome: "Rosa Caveira", imaginei tanta coisa sem sentido que hoje me compadeço de minha ingenuidade e desconhecimento, por isso não me espanto quando encontro alguém que reage da mesma forma.
A rosa (vermelha) simboliza a paixão, o desejo, mas não apenas no sentido físico ou amoroso, vai além. É a paixão pela vida, pelo trabalho, pelo estudo. O desejo de ser bem sucedido, vitorioso e por ai vai, já a caveira nos lembra que somos todos iguais, embora diferentes em vários aspectos, nos faz refletir sobre quem somos. Podemos concluir que Rosa Caveira seja a beleza da vida e a aceitação da passagem de um plano a outro, do fim do corpo físico, do quão pequenos somos diante dessa realidade tão natural.
Antes de conhecer a Umbanda mais de perto, a relação que eu mantinha com a religião era algo distante, esporádico, desprovido de estudo ou reflexão. Só uma coisa era certa e real: desde a infância eu via (através da faculdade da vidência), as entidades espirituais que se apresentavam na Umbanda a fim de ajudar as pessoas realizando curas, aconselhamentos, limpezas espirituais.
Foi através de uma de minhas tias que conheci, não a Umbanda, mas as entidades com as quais ela trabalhava no terreiro que frequentava, terreiro esse que não cheguei a conhecer. Esclarecendo: essa tia trabalhava atendendo em casa e não sei explicar como isso era permitido pela casa que frequentava e onde fazia seus ritos, etc. Só sei dizer que conheci as entidades através da incorporação dessa tia e, não sei dizer porque, não me causava nem estranheza, nem medo, nem tampouco espanto, eu sentia aquilo tudo como algo natural sem nunca ter tido sequer um esclarecimento teórico sobre o assunto, sem fazer ideia de como se dava o mecanismo da incorporação. Nessa época eu era apenas uma pré-adolescente.
Foi nessa época que tive o primeiro contato com uma pomba gira, entidade que incorporava em minha tia. Lembro que era elegante, fumava cigarrilha e tomava champagne, por isso, me encantava o sucesso do ponto cantado abaixo; lindamente interpretado a época por nossa brilhante cantora Ângela Maria, uma das mais belas vozes da nossa terra:
Desse momento, que descrevo acima, até chegar a "conhecer" Dona Rosa Caveira, muito tempo se passou, quase o tempo de uma vida, digamos assim. Por isso acredite quando disserem: "pise na Umbanda, mas com vagar".
Ao longo do tempo, conheci poucos médiuns dessas pombas-gira queridas, são pessoas que estimo, tenho afinidade, uma delas é muito especial nessa minha trajetória como médium de umbanda, é o sacerdote da Casa do Vô Benedito, pai Antônio de Oxóssi, médium de Dona Rosa Caveira.
Foi através da mediunidade dele que, pouco a pouco, me aproximei mais desta entidade linda, forte, cativante. Trabalhando ao seu lado, ela foi permitindo que a percebesse e visse através da visão mediúnica, até que um dia, enquanto fazia minhas orações, ouvi sua voz. Não sei dizer como eu tive certeza que era a voz dela no primeiro momento, só depois de falar um pouco, ela confirmou. Lembro que seria um dia especial no terreiro e posso dizer que foi mais que especial, foi um presente de raro valor que guardo comigo para sempre. Foi a única vez que tive a alegria de incorporar Dona Rosa Caveira que, junto com S.Tranca Ruas, realizou um lindo trabalho de firmeza na casa com a participação de todas as demais entidades que naquele dia estavam em terra. Sou muito grata pela confiança de todos os envolvidos, mas a ela principalmente.
Vale ressaltar o timbre da voz de Dona Rosa; suave, marcante, envolvente. Jamais ouvi voz mais bela. Objetiva e doce, Dona Rosa me instruiu sobre o trabalho que realizaríamos em parceria naquele mesmo dia e, assim como disse, foi feito.
Apesar do pouco tempo de convivência com ela de forma direta, as histórias que vivi são marcantes. Tanto que estou aqui, dedicando a ela essas palavras e sempre agradecendo por sua confiança e presença. Laroyê!
Recentemente, pensando em Dona Rosa e em outras pombas-gira, resolvi perguntar a ela sobre as roupas com as quais se apresentam; sim, há entre elas, dependendo da falange, variação de cor, adereços, etc., mas sempre são vestidos dos tempos antigos: longos, com babados (ou não), detalhes dourados, prateados, bordados com pedras de cores variadas, enfim...que eu saiba, nenhum vidente já viu pomba-gira vestida de outro jeito que não seja esse. A não ser, é claro, algumas exceções, que reforçam a ideia que a falange passa, por exemplo, Maria Farrapo. Na verdade ela não se apresenta vestida em trapos ou farrapos, não é desleixo o que quer passar, mas sim a ideia dos inúmeros flagelos aos quais os humanos são expostos ao longo da vida na maioria das vezes por suas próprias escolhas equivocadas.
Pessoalmente, o que tenho a dizer sobre o assunto, se reserva a experiência visual que tive: toda pomba gira se veste de forma elegante, sensual (nunca vulgar) e o que Dona Rosa me passa, a titulo de esclarecimento, é justamente isso: elegância, auto cuidado, sensualidade, magia da forma que agrada aos olhos, que valoriza a beleza da mulher, o encanto das flores que simbolizam delicadeza com seus perfumes marcantes e agradáveis. Tudo na Umbanda, mesmo o mínimo detalhe, tem fundamento, razão de ser.
Compartilho com vocês de três momentos nos quais vi (mediunicamente) Dona Rosa Caveira. São três trajes diferentes, creio que um para cada ocasião de trabalho:
- Vestido curto, preto, com franjas na parte de cima e outras saindo da cintura até o cumprimento próximo aos joelhos.
- Vestido longo preto e vermelho, intercalado, estilo cigana na parte de cima, rodado.
- Vestido preto, decote pouco acentuado, longo, godê. Quando ela girava, vestida assim, rosas vermelhas apareciam por debaixo da saia. Linda visão.
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